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Fernando Spilki, virologista e coordenador da Rede Corona-Ômica do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), que monitora e sequencia o genoma da covid-19 no Brasil, explicou a 4ª onda da doença circulante no país.
"Estamos observando esse processo desde metade de abril, mas com um ritmo maior agora. Felizmente, essa 4ª onda nem se compara ao que o Brasil já passou." - disse.
A presença de variantes com alta transmissibilidade, o relaxamento de medidas preventivas e a redução da imunidade contra a covid-19 meses após a vacinação são fatores que explicam o aumento de casos.
Ao mesmo tempo, com a vacinação avançada, os casos não têm a mesma gravidade de ondas anteriores.
Entre os fatores envolvidos no aumento dos casos está a falta de iniciativa — tanto pública quanto individual - para tentar evitar infecções.
"Muita gente parou de usar máscara, inclusive em ambientes fechados, então ficamos expostos à elevação de casos.” - observa.
Outro ponto, bastante estudado por Spilki é a presença de variantes com alta transmissibilidade no território brasileiro, que geram preocupação pela capacidade de disseminação.
"Elas facilitam o caminho para um processo de maior transmissão. A vacina não impede a transmissão, mas evita casos graves e óbitos. Não esperamos 'chuva de mortes', como aconteceu antes, mas fica o alerta." - enfatizou.
"O que devemos pedir é que as pessoas voltem a evitar aglomeração, não chegar perto das pessoas e sempre usarem máscaras em ambientes fechados. Caso apresentem algum sintoma respiratório, se ausentem do trabalho, testem e fiquem isoladas para que a gente interrompa a cadeia de transmissão do vírus.” - recomenda.