Z•E•N

Muito já se escreveu sobre o fato da vizinha cidade de Patos de Minas, antes de ser emancipada, ter sido distrito de Patrocínio.

Dispensando o intróito, cumpre-se informar que antes de Patos de Minas pertencer a Patrocínio, foi distrito de Paracatu. 

Em 1833, Patos de Minas pertenceu à Araxá, mas os moradores não estariam muito satisfeitos em pertencer aquela vila devido a fama de desordeiros dos araxaenses.

Sob a liderança do padre José de Brito Freire e Vasconcelos foram enviadas cartas à Câmara de Paracatu solicitando que Patos ficasse sob sua jurisdição.

Em 1842, os patenses tiveram essa pendência solucionada e Patos de Minas é desmembrado de Araxá e incorporado não a Paracatu, mas a Patrocínio, que havia sido elevado à Vila em 23 de Março de 1840.

No dia 25 de janeiro de 1856, os moradores da freguesia de Santo Antônio dos Patos, encabeçados por Joaquim José Santana, fazem um abaixo pedido a elevação de Santo de Patos de Vila. 

A Câmara de Patrocínio apoia o pedido e o encaminha no dia 08 de janeiro de 1857 a petição de assembleia provincial, realizada no dia 04 de Junho de 1857.

O projeto de número 54, requisitando a criação do município foi apresentado e no dia 20 de abril de 1866 a lei 1291, que criava o município, foi aprovada.

Os anais da Câmara Municipal de Patrocínio revelam que o primeiro vereador eleito no distrito Santo Antônio dos Patos foi Antônio José dos Santos Formiguinha. 

Formiguinha, que era comerciante em Patos em muito estimado por seus concidadãos, compareceu à sessão da câmara de vereadores de Patrocínio em 12 de julho de 1858.

O segundo vereador patense a representar sua terra na Câmara Municipal de Patrocínio foi Joaquim José de Santana, que foi empossado na sessão de 17 de abril de 1865.

O vereador Joaquim José Santana era grande líder político no distrito de Patos de Minas e lutou bravamente para que Patos se tornasse Vila. 

Na época, os requisitos para que Patos fosse elevado se tornasse Vila era construir e instalar a cadeia e uma casa para a Câmara Municipal.

Sendo assim, em 1867, o governador da província de Minas Gerais, Elias Pinto de Carvalho, determinou que a eleição dos vereadores da primeira Câmara de Patos seria no dia 8 de dezembro daquele ano. 

A apuração foi efetuada em Patrocínio, presidida pelo Juiz de Paz de Santo Antônio de Patos, Joaquim José de Santana. 

Após a apuração, foi proclamado o resultado dos cidadãos votados para vereador. 

1) Jerónimo Dias Maciel – 277 votos.

2) Antônio Correia da Silva – 265 votos 

3) José Pereira Guimarães – 265 votos 

4) Manoel José da Motta – 261 votos.

5) Antônio José Coelho – 235 votos 

6) José Alves Pinto – 232 votos.

7) Padre Cândido da Rocha Camacho – 208 votos

8) Joaquim José de Santana – 105 votos.

O Padre Camacho acabou renunciando e não tomou posse como vereador.

Este resultado foi copiado da ata das reuniões da Câmara Municipal de Patrocínio.

Após essa eleição, surgiu uma nova unidade política na província de Minas Gerais, totalmente autônoma, pois Patos de Minas se emancipava da Vila de Patrocínio.

Segundo o regimento da Câmara Municipal de Patrocínio da época, o vereador mais votado se tornava o presidente.

Foi assim que o patense Jerónimo Dias Maciel eleito em Patrocínio, atendeu todas as formalidades exigidas e se tornou o primeiro presidente da Câmara Municipal de Patos de Minas. 

Essa é mais uma curiosidade curiosa que envolve as vizinhas cidades de de Patos de Minas e Patrocínio.

Marelizio Alves Cortes | Historiador