Z•E•N
O Papa Francisco faleceu nesta manhã, conforme comunicado feito com pesar pelo cardeal Farrell, diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano. A declaração oficial emocionou os presentes:
“Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.
Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.
Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”
Problemas de saúde recorrentes
O pontífice argentino, nascido Jorge Mario Bergoglio, lutava contra problemas de saúde recorrentes. No início deste ano, foi internado por quase 40 dias no Hospital Gemelli, em Roma, recebendo alta apenas em 23 de março.
Desde 14 de fevereiro, ele vinha lidando com uma sequência de complicações, incluindo bronquite e uma infecção polimicrobiana nos pulmões.
Posteriormente, foi diagnosticado com pneumonia bilateral — quadro que provoca inflamação e cicatrizes nos pulmões, comprometendo a respiração. O Vaticano classificou o caso como “complexo”, causado por múltiplos agentes infecciosos.
Durante sua hospitalização, o papa enfrentou períodos de piora e melhora. Sofreu uma crise respiratória prolongada semelhante à asma, passou por transfusões de sangue devido à baixa contagem de plaquetas e enfrentou sintomas de anemia.
Chegou a entrar em “estado crítico”, com indícios de início de falência renal.
Mesmo diante das adversidades, Francisco gravou um áudio agradecendo as orações e mensagens de apoio dos fiéis. Na ocasião, o Vaticano afirmou que ele estava “estável”, mas o boletim médico ainda mantinha um “prognóstico reservado”.
Para lidar com a dificuldade respiratória, o pontífice precisou recorrer a ventilação mecânica não invasiva, com o uso de uma máscara para facilitar a passagem de ar.
Desde 2013
Francisco assumiu o comando da Igreja Católica em março de 2013, tornando-se o primeiro papa da América Latina e também o primeiro jesuíta no posto mais alto da hierarquia eclesiástica. Sua saúde vinha se agravando nos últimos dois anos.
Na juventude, ele enfrentou um grave episódio de pleurisia, o que levou à remoção parcial de um pulmão.
Em 2021, passou por uma cirurgia de seis horas para retirar parte do cólon, devido à diverticulite.
Já em 2023, precisou ser internado duas vezes: a primeira, em março, para tratar uma bronquite; e a segunda, em junho, quando ficou nove dias hospitalizado após uma nova cirurgia abdominal.
Nos últimos anos, também fazia uso de cadeira de rodas por conta de dores nas articulações e mantinha sessões regulares de fisioterapia para preservar sua mobilidade.
*Fontes: Vatican News; CNN