SANTA CASA EXPÕE IMPASSE COM IPSEMG E BUSCA CONDIÇÕES IGUAIS PARA RETORNAR ATENDIMENTOS

Z•E•N

A direção da Santa Casa de Patrocínio enfim adotou um discurso mais direto e incisivo sobre o impasse envolvendo a instituição e o IPSEMG. Desde setembro, com o fim do contrato, milhares de servidores estaduais e seus familiares estão sem atendimento pelo único hospital da cidade, situação que pressionou ambos os lados por uma solução.

O superintendente da Santa Casa, Augusto Moura, informou que a instituição já enviou toda a documentação para participar do terceiro ciclo de credenciamento do IPSEMG, cujo prazo termina em 5 de dezembro. A expectativa – se tudo seguir o cronograma – é que o atendimento seja retomado até fevereiro de 2026.

Em entrevista ao repórter Márcio Luiz (Didi), da Difusora 95, Augusto fez questão de reforçar que a Santa Casa não possui obrigação legal de atender pelo convênio:

“A Santa Casa é uma entidade privada, beneficente. Para mantermos as isenções, ofertamos no mínimo 60% dos nossos serviços à população. Não temos obrigatoriedade formal com o IPSEMG, mas temos compromisso com quem precisa – e, hoje, muitos servidores dependem desse atendimento. Temos interesse no convênio, mas obrigação, não.”

Mesmo assim, o superintendente destacou que o interesse em seguir atendendo os conveniados do IPSEMG continua, embora existam falhas relevantes na relação:

“A parceria sempre existiu, mas não há um retorno compatível. Não falo só da Santa Casa… faltam valores justos que cubram os custos dos serviços. Sem isso, não conseguimos ampliar especialidades, investir em tecnologia e melhorar a assistência.”

Um dos pontos mais sensíveis, segundo Augusto, é a existência de tabelas de preços diferenciadas praticadas pelo IPSEMG com outros hospitais, inclusive menores e com menos serviços, que receberiam tetos mensais maiores e valores superiores por procedimentos:

“Sabemos que existem negociações distintas com outras entidades. Já buscamos apoio de parlamentares para negociar com a presidência do IPSEMG, mas para nós sempre foi oferecida a tabela padrão. Infelizmente, essa discrepância existe.”

Ele também lembrou que, historicamente, a Santa Casa foi uma das instituições mais fiéis ao IPSEMG, mesmo em momentos críticos:

“Houve época em que só Patrocínio atendia o servidor público. Uberlândia não atendia, Patos de Minas não atendia. E nós ficamos mais de sete meses sem receber. Ainda assim, mantivemos as portas abertas. Isso precisa ser reconhecido.”

Ao final, Augusto reforçou que o objetivo não é elevar custos, mas garantir sustentabilidade:

“Não estamos discutindo apenas o preço do serviço, e sim a manutenção do hospital. Para continuar funcionando, é preciso compromisso — e pagamento justo pelo que realmente custa oferecer saúde.”

A expectativa, agora, é que o IPSEMG finalize o credenciamento dentro do prazo e que a novela tenha um desfecho favorável aos servidores e à rede de saúde local – pois quando o atendimento trava, quem mais sofre é justamente quem mais precisa.

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