GERAÇÃO ‘NEM NEM’ E O FUTURO PERDIDO… NEM TRABALHAM E NEM ESTUDAM!

GERAÇÃO ‘NEM NEM’ E O FUTURO PERDIDO… NEM TRABALHAM E NEM ESTUDAM!

By / Geral / Domingo, 11 Junho 2023 12:54

Há alguns anos, uma das maiores chagas do Brasil era o analfabetismo. 

Em 1950, por exemplo, 50,6% da população de 15 anos ou mais era analfabeta. As coisas têm mudado, apesar das enormes deficiências do ensino no Brasil. 

O analfabetismo vem caindo entre os mais jovens e hoje está em 5,6%. Talvez uma explicação para essa melhora seja o uso intensivo do smartphone. 

Para escrever e ler mensagens no WhatsApp é preciso conhecimento, ainda que rudimentar, da escrita. Muita gente ainda escreve de forma atropelada, confusa e com muitos erros, mas já se comunica por escrito.

O maior problema nessa área é agora a geração “nem-nem”, a moçada que não trabalha nem estuda. 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Educação 2022, divulgada há dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que 9,8 milhões de pessoas na faixa de 15 aos 29 anos estão nessa categoria.

Lamentar não basta; é preciso agir. 

Para Rodrigo Dib, superintendente Institucional do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), além de mostrarem que o Brasil vem falhando em garantir educação básica e qualificação adequada para toda uma geração, esses números revelam como a falta de políticas públicas eficientes pode tornar o futuro ainda mais incerto.

É cenário que não só amplia as desigualdades crônicas no Brasil, como também produz outras graves consequências. 

O baixo nível educacional da população jovem derruba diretamente os índices de produtividade do País.

Não há como tornar as empresas locais competitivas e exportadoras, se milhões de jovens não contam com formação mínima, são jogados na informalidade ou exercem atividades pouco desafiadoras e sem perspectiva. 

Fernando de Holanda Barbosa, pesquisador sênior do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), acrescenta que qualquer ação que promova a qualificação de jovens no Brasil que não esteja alinhada com o mercado de trabalho será desperdício de recursos. 

Isso exige ampla reforma educacional, revisão da política nacional de educação profissional e tecnológica e criação de instrumentos que requalifique e treine pessoal. 

Como poderá esse trabalhador pilotar equipamentos de tecnologia avançada, se não tiver preparo mínimo para isso? 

( Celso Ming com Pablo Santana - Estadão )

 

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ZÉ ELOI NETO

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