Z•E•N
Nada menos que 1.124 óbitos e mais de 1,3 milhão de casos de dengue foram registrados em Minas em 2024, o pior ano da história no Estado.
Na tentativa de reduzir os registros em 2025, novas ações para controle da doença e de outras arboviroses, como chikungunya, zika e febre do Oroporuche - todas transmitidas por mosquitos -, foram anunciadas nesta sexta-feira (10), durante visita da ministra da Saúde, Nísia Trindade, a BH.
As cidades passarão a contar com estações disseminadoras de larvicidas, além do expansão de Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) e do método Wolbachia - bacteria capaz de impedir que o vírus da dengue se desenvolva no mosquito, contribuindo para redução da enfermidade.
Já o BRI é uma técnica amplamente utilizada no controle de doenças transmitidas por mosquitos.
A estratégia consiste em aplicar inseticidas diretamente nas casas, onde os mosquitos costumam pousar.
Você sabe o que é o Método Wolbachia?
Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti.
Quando presente neste mosquito, impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças.
O método funciona assim: mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia são liberados para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, estabelecendo, aos poucos, uma nova população dos mosquitos.
Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável, sem a necessidade de novas liberações.
Este efeito torna o método auto sustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.
Novo sorotipo da dengue em circulação
Dados da pasta mostram que o sorotipo 3 da dengue registrou aumento em meio a testes positivos para a doença no Brasil – sobretudo em Minas, São Paulo, Amapá e Paraná.
A ampliação foi registrada principalmente nas últimas quatro semanas de dezembro.
O cenário preocupa autoridades sanitárias brasileiras, já que o vírus não circula de forma predominante no país desde 2008.
“Estamos vendo uma mudança significativa para o sorotipo 3. Temos 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Então, temos muitas pessoas suscetíveis, que não entraram em contato com esse sorotipo e podem ter a doença”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel.
*Com informações da Agência Brasil