CONSELHO NACIONAL DO CAFÉ SE MANIFESTA SOBRE A AUSÊNCIA DO SETOR EM AGENDAS OFICIAIS SOBRE A TAXAÇÃO DOS EUA

Z•E•N

Presidido pelo ex-deputado federal Silas Brasileiro, o Conselho Nacional do Café (CNC) publicou nesta terça-feira em seu site oficial uma nota oficial expressando preocupação com a ausência do setor cafeeiro nas agendas do Governo Federal, especialmente nas discussões sobre a taxação recentemente imposta pelos Estados Unidos. 

Segundo o órgão, a exclusão do café nas reuniões e pronunciamentos oficiais — incluindo a coletiva do Vice-Presidente e Ministro Geraldo Alckmin — representa um distanciamento preocupante em relação a um dos pilares da economia nacional.

Potência global esquecida 

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. A cultura do café está presente em 17 estados, abrange 1.983 municípios e seis biomas diferentes, movimentando uma cadeia produtiva que envolve desde pequenos produtores até grandes indústrias. Segundo o CNC, são cerca de 330 mil cafeicultores, sendo 254 mil pequenos produtores, responsáveis por mais de 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos.

Impacto social e ambiental 

Além do peso econômico — estimado em R$ 124,2 bilhões, ou 8,82% do Valor Bruto da Produção nacional — o café desempenha papel importante no desenvolvimento social e regional. Onde se planta café, cresce também o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), destaca o CNC. 

O setor é considerado exemplo de sustentabilidade, com cultivo em áreas de vegetação nativa e uso de práticas regenerativas. Trabalhadores também são protegidos pelas normas trabalhistas brasileiras e pelo sistema público de saúde.

Taxação ameaça toda a cadeia 

A medida americana não atinge apenas os produtores, mas reverbera em cooperativas, exportadores, indústrias, fornecedores de insumos e prestadores de serviços.

Para o CNC, ignorar o setor nas discussões públicas pode comprometer ainda mais a competitividade do café brasileiro no mercado internacional.

Setor quer diálogo 

Apesar da exclusão, o CNC afirma estar disposto a colaborar com o governo, oferecendo apoio técnico e propostas para fortalecer a agricultura nacional.

“Estamos abertos à construção conjunta de soluções. O café é muito mais que uma bebida — é sustento, é meio ambiente, é Brasil” – declarou Silas Brasileiro, presidente do CNC.

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