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Segundo levantamento da Firjan divulgado em 18 de setembro de 2025, 1.282 cidades brasileiras não geram receitas locais suficientes para cobrir nem mesmo despesas básicas da administração pública, como os salários do prefeito ou dos vereadores.
O estudo analisou 5.129 municípios, que juntos respondem por 95% da população do país.
Um dos indicadores utilizados foi o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), que varia de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, melhor a situação fiscal do município.
A principal fraqueza identificada foi a autonomia financeira local: as cidades deficitárias não conseguem gerar receita suficiente com impostos vinculados à atividade econômica, como ISS, IPTU, ICMS e IPVA.
Para cobrir suas despesas, estas prefeituras dependem de repasses federais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do fundo para educação básica e de emendas parlamentares.
Embora cerca de 64% dos municípios tenham sido avaliados como fiscalmente em situação “boa” ou “excelente”, ainda há 36% em condições críticas ou difíceis, atingindo cerca de 46 milhões de pessoas.
O estudo também aponta que muitos prefeitos encerraram o mandato de 2024 sem caixa suficiente para fechar compromissos – ou seja, no famoso “cheque especial”.
Outra preocupação: o gasto com pessoal cresceu acima da inflação e, em muitos casos, compromete uma parcela muito grande da receita municipal, o que deixa as cidades vulneráveis a qualquer queda de arrecadação.