Z•E•N
Depois de cinco anos revogado, o horário de verão pode voltar. Mas as polêmicas que envolvem a medida agora vão além da economia de energia, chegaram ao campo da saúde.
Um grupo de cientistas ligados à cronobiologia — ciência que estuda os ritmos e os fenômenos biológicos — assinou um manifesto alegando que a mudança de horário pode trazer prejuízos graves à saúde, que superam, inclusive, os benefícios econômicos.
O manifesto explica que os ritmos biológicos humanos estão relacionados ao ciclo natural de luz e escuridão. Esse ciclo regula automaticamente funções essenciais, como sono, apetite e até mesmo o humor.
O horário de verão, segundo os estudiosos, confunde essa sincronização e força o organismo a se reajustar a um novo "horário social".
Consequências para a saúde
Mesmo que a diferença seja apenas de uma hora, a adaptação pode ser lenta e ser mais difícil para algumas pessoas.
Segundo especialistas, a mudança pode causar vários problemas como distúrbios do sono; aumento de eventos cardiovasculares adversos; transtornos mentais e cognitivos e crescimento no número de acidentes de trânsito nos primeiros dias após a mudança.
Pesquisa
Entre os argumentos usados pelos cientistas no manifesto está um estudo de 2017 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que abordou a forma como lidamos com a transição de horário.
A pesquisa foi baseada em questionários online e analisou as respostas de mais de 1.200 participantes sobre horários habituais de dormir e acordar, perguntando também sobre a chegada do horário de verão. A conclusão foi que mais da metade dos entrevistados relataram ter algum desconforto durante a vigência do horário.
Os pesquisadores destacam que a posição expressa no manifesto é baseada unicamente em evidências científicas, independentemente de inclinações políticas, defendendo que para preservar a saúde e o bem-estar, o ideal é manter a alteração nos horários fora dos planos.
( hoje em Dia )