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Autointitulado “rei do rebaixamento”, o empresário William Rogatto foi preso pela Interpol nesta sexta-feira (08) em Dubai.
Este ano, ele admitiu a manipulação de jogos de futebol no Brasil e disse que já ganhou aproximadamente R$ 300 milhões nesse esquema, que lucra com o rebaixamento de times.
O empresário declarou-se réu confesso e disse que já rebaixou 42 times de futebol, tendo atuado nas federações de futebol de todos os estados brasileiros, no Distrito Federal e em nove países, como a Colômbia.
Ele afirmou ainda que “o esquema de manipulação dos jogos só perde para política e o tráfico de drogas, em termo de valores”.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) comunicou a PF (Polícia Federal) da prisão para viabilizar a extradição do empresário. Portinho é membro da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Manipulação e Apostas.
Investigado na Operação Fim de Jogo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e na Operação Jogada Ensaiada, conduzida pela Polícia Federal, Rogattto afirmou que o esquema de manipulação dos jogos existe há mais de 40 anos e que a “hipocrisia maior do mundo está em ter um clube de futebol hoje e ser patrocinado por uma casa de aposta”.
“O sistema é muito além disso, os grandes não vão cair nunca. Estamos falando de dentro da CBF, de dentro das federações, tenho provas e vídeos. Isso não vai dar em nada, vai fazer vítimas do sistema e, no final, não vai acabar porque não é de agora. Isso existe há mais de 40 anos, eu fiz parte do sistema. Se eu tiver que pagar, vou voltar para o Brasil e pagar. Eu sou só apenas uma ferramenta, o mundo do futebol é muito mais do que a gente pensa. Não vai dar em nada, a gente vai passar por isso, nunca vai acabar, a maior máfia está dentro da federação” — disse aos senadores na época.
Em vídeo depoimento à CPI da Corrupção em outubro deste ano, Rogatto acusou o presidente do Clube Atlético Patrocinense e Anderson Ibrahim Rocha - que ficou à frente do CAP alguns meses durante a Série D do Campeonato Brasileiro -, de aceitarem o esquema de manipulação de resultados, mas não revelou a identidade do mandatário.