— Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes.
Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.
— Pois viva como as flores! - adverte o mestre.
— Como é viver como as flores? - pergunta o discípulo.
— Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem.
Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores.
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É comum percebemos nas outras pessoas comportamentos e discursos que não gostamos.
Tais questões podem causar um leve incômodo, mal-estar, raiva, enfim, fazem surgir sentimentos não bons dentro de nós.
O que você vê no outro é sempre um reflexo seu, porque só te incomoda no outro o que tem ressonância em você.
Certas características nossas não são fáceis de serem percebidas (encaradas) ou aceitas. Por isso, elas são percebidas no outro.
Pode ser difícil encarar essa verdade; por outro lado, pode ser uma forma de encontrar uma solução.
Por outro lado é possível termos a bondade de enxergar o que há de bom no outro que nos diz respeito também? Claro que sim!
O exercício é identificar. Quando comparamos, estamos avaliando, mensurando, quando nos identificamos nos reconhecemos.
Anais Nin, autora francesa, possui a seguinte frase célebre: “Não vemos as coisas como elas são, vemos as coisas como nós somos.”.
Danilo Jaber Barbosa, Psicoterapeuta e Hipnoterapeuta Clínico à sua disposição!